Boas pautas e um até logo!

Empresas com score baixo, faturamento bilionário do setor de franquias e a queda da produção industrial baiana

Olá, colega jornalista! Curtindo o feriadão?

Como prometido, estamos juntos mais uma vez para falar de ECONOMIA, mesmo nesse dia que pode ser sinônimo de folga ou plantão para você! O corre, corre do jornalista não para.

Por aqui, pelo menos, os últimos dias foram cheios para esse envio ser possível. Teve coletiva de imprensa, conversas com associações e economistas, além de leitura de dados e boletins. O resultado desse combo são sugestões de pautas bem legais.

Ah, caso seja novo por aqui, não deixe de ler a nossa última edição: ela é tão boa quanto essa, eu prometo.

Antes de começarmos o nosso bate-bola, eu tenho uma notícia triste para dar: vamos passar um tempinho sem os nossos encontros quinzenais. Sei que você, assinante da Economia em Pauta, sabe que ela surgiu como um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Caso não se recorde, eu explico:

O nosso boletim, além de ser um canal que otimiza o processo de produção de pautas jornalísticas, é uma iniciativa para a obtenção do título de bacharel em comunicação com habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Em breve, a Economia em Pauta vai ser apresentada à banca examinadora que, sem dúvidas, vai trazer considerações interessantes para deixar o conteúdo ainda mais completo e atrativo. Até lá, vamos ter um hiato nos envios. Espero que entenda que é por uma boa causa!

Eu, Ruan Amorim, e a minha orientadora, Lívia Vieira, agradecemos a inscrição, leitura e considerações que fez para tornar a news melhor a cada edição. Essas ações foram de grande valia, além de um indicativo que a Economia em Pauta está no caminho certo.

Por isso e muito mais, receba o nosso muito obrigado!

Agora, vamos às pautas!

💲Pautas

💡💹Na Bahia, 84,4% das empresas têm dificuldades para conseguir acesso a crédito 

Quem tem uma vida financeira ativa sabe bem a importância de ter um score alto, já que ele é um indicador do perfil financeiro. Em outras palavras, é um sistema que mostra se você é um bom pagador ou não. Sendo assim, quanto maior for a pontuação da pessoa, mais fácil ela irá conseguir um empréstimo, um cartão de crédito e/ou financiar projetos. 

Essa mesma premissa vale para as empresas, o que significa que as marcas baianas não estão em bons lençóis para conseguir crédito com as instituições financeiras. No estado, 84,4% das companhias têm score entre 0 e 600, de acordo com o relatório Empreender Brasil: inteligência de mercado para MPMEs, divulgado pela Serasa Experian em uma coletiva de imprensa na última quarta-feira (19 de junho).

Isso quer dizer que de 1,06  milhão de empresas ativas na Bahia, cerca de 893 mil não estão com uma reputação financeira tão boa no mercado para conseguir acesso aos melhores produtos financeiros. Diante disso, a indagação que vem é: ter um score que não passa dos 600 pontos é muito ruim assim? 

Vamos destrinchar esse questionamento!

Para isso, o primeiro passo é entender que o score PJ, ferramenta de análise de crédito voltada para pessoas jurídicas, avalia o risco de uma marca se tornar inadimplente em um horizonte de até seis meses. Ou seja, quanto mais baixa for a pontuação da empresa, maiores são as possibilidades dela não honrar com os compromissos financeiros, o que resulta na negativa dos bancos para as mais variadas solicitações da entidade empresarial.

Inclusive, pontuações abaixo de 600 indicam alto risco de inadimplência, já quando o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) pontua acima desse número, significa que o risco da empresa se tornar inadimplente é baixo. 

O segundo passo é compreender como funciona o score, de acordo com a Serasa Experian. 

  •  0 a 300 pontos: score baixo – pouca chance de conseguir crédito; 
  •  301 a 500 pontos: score médio – chances moderadas de conseguir crédito; 
  • 501 a 700 pontos: score bom – boa chance de conseguir crédito;
  • 701 a 1.000 pontos: score excelente – alta chance de  conseguir crédito.

Na Bahia, somente 15,6% das empresas têm pontuação entre 601 e 1000. Sendo assim, são poucas as corporações que têm altas chances de conseguir apoio das instituições financeiras. E isso é importante no mundo empresarial supercompetitivo, em que muitos negócios fecham as portas por falta de recursos para se manter na ativa.

Contudo, apesar do cenário não ser um dos melhores para as empresas baianas, há estados com índices ainda mais negativos, como Amapá, Roraima e Amazonas, territórios que concentram o menor número de marcas com pontos acima de 600. Veja no mapa abaixo as unidades federativas com os piores e melhores scores.

ParaTodosVerem: mapa feito com base no relatório Empreender Brasil: inteligência de mercado para MPMEs, que mostra  que os estados de Roraima, Amapá e Amazonas concentram o menor número de empresas com score acima de 600 pontos, enquanto os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul concentram o maior número de negócios com pontuação acima de 600.
ParaTodosVerem: mapa feito com base no relatório Empreender Brasil: inteligência de mercado para MPMEs, que mostra que os estados de Roraima, Amapá e Amazonas concentram o menor número de empresas com score acima de 600 pontos, enquanto os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul concentram o maior número de negócios com pontuação acima de 600.

💡💹Setor de franquias fatura R$ 2.2 bilhões no primeiro trimestre na Bahia

Na Bahia, um mercado que não para de crescer é o de franquias. No primeiro trimestre, o setor faturou R$ 2,2 bilhões no estado. O montante representa um crescimento de R$ 400 mil em relação ao mesmo período do ano passado, quando o faturamento foi de R$ 1,8 bilhão, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF). 

Os bons resultados do segmento podem ser motivados pelo fato de muitos empreendedores buscarem investir em uma marca já consolidada no mercado para diminuir as chances do negócio falir. O movimento é compreensível, já que criar uma empresa do zero não é tão fácil e ter acesso a crédito para fazer o negócio andar está difícil para os empresários baianos, como descrito na pauta anterior. 

Diante disso, em nível nacional, o número de franqueados não para de crescer. O ano de 2023 terminou com 195.862 unidades de franquias, um aumento de 7,8% em relação a 2022. No compasso do aumento de investidores, as franqueadoras também cresceram no ano passado, período em que número de redes de franquias no Brasil chegou a 3.311, o que representa um salto de 7,6% na comparação anual.

No quesito geração de emprego, as franquias também parecem ser um bom negócio. Na Bahia, o setor emprega mais de 61 mil pessoas de forma direta. A área que mais se destaca quando o assunto é gerar postos de trabalho é a de serviços e negócios variados, com 12.252 vagas ocupadas. Veja o quanto cada segmento gera de emprego na tabela abaixo:

#ParaTodosVerem: tabela feita com base em dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), que mostra o quanto de emprego cada segmento que o setor de franquias atua gera na Bahia.
#ParaTodosVerem: tabela feita com base em dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), que mostra o quanto de emprego cada segmento que o setor de franquias atua gera na Bahia.

Quando se trata de franquias, parece que não faltam dados para mostrar, né? O que não faltam também são perguntas para responder:

  • Quais são as principais tendências e inovações no mercado de franquias atualmente?
  • O que é necessário para internacionalizar uma franquia?
  • Como as franquias estão lidando com questões de sustentabilidade e responsabilidade social?

💡💹Produção industrial baiana teve queda de 5,4% em abril 

Diferente do setor de franquias, que segue crescendo no estado, a produção industrial baiana caiu 5,4% em abril em relação ao mês de março. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foram analisados e divulgados neste mês pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).  

Em comparação com o mesmo período de 2023, a indústria baiana apresentou queda de 3,5%, com 5 das 11 atividades pesquisadas pelo mapeamento com resultados negativos. Os segmentos prejudicados foram metalurgia (-33,8%), produtos químicos (-2,2%), produtos de minerais não metálicos (-6,3%), celulose, papel e produtos (-1,1%), além do setor de derivados de petróleo (-11,4%),  que teve esse déficit devido à redução na produção de gasolina, óleo combustível e gás liquefeito de petróleo (GLP).

Muitas negativas para o desenvolvimento industrial baiano, né? Mas sempre há uma luz no fim do túnel. 

No caso da indústria estadual, quem iluminou as coisas foram os setores de produtos alimentícios (8,2%), produtos de borracha e material plástico (13,0%), máquinas e materiais elétricos (65,8%), indústrias extrativas (11,1%), bebidas (11,3%), além de couro, artigos para viagem e calçados (7,7%). Ou seja, foram essas áreas que exerceram a principal influência positiva no período, o que impediu que a queda do setor industrial fosse ainda maior. 

Inclusive, é importante destacar que a produção industrial nacional cresceu 8,4% na comparação entre abril de 2024 e o mesmo mês do ano anterior. Esse cenário positivo foi acompanhado por 15 dos 17 estados pesquisados, sendo a Bahia (-3,5%) e o Pará  (-13,6%) as únicas unidades federativas com resultados negativos.

Depois dessa abundância de informações, vamos para o nosso exercício que é padrão aqui na Economia em Pauta: as perguntas.

  • Quais são os principais fatores que contribuíram para a queda da indústria baiana?
  • Qual é o impacto da queda do setor industrial na economia do estado?
  •  O resultado negativo do setor industrial impacta de alguma forma as exportações da Bahia?

Fontes

Uma boa matéria jornalística, como você já sabe, é plural. Em outros termos, deve incluir fontes diversas para aprofundar o tema discutido e demonstrar uma boa apuração. Por isso, seguem alguns contatos que não podem faltar no mailing de quem cobre economia.

Palavras-chave

Se você não é novo por aqui, acredito que já saiba do que trata esse tópico! Entretanto, é sempre bom relembrar!

Em resumo, diz respeito à recomendação de palavras-chave para usar na sua matéria, em prol de torná-la mais fácil de ser encontrada pela audiência no ambiente digital. 

Entre as palavras comparadas abaixo, use aquelas que estão em caixa alta, pois elas são mais buscadas no Google. Ah, os termos individuais listados (score e franquias) também são bem pesquisados. 

  • Indústria vs setor industrial:  INDÚSTRIA
  • Empresários vs empreendedores: EMPREENDEDORES
  • Empregos vs postos de trabalho: EMPREGO
  • SCORE
  • FRANQUIAS

Economês descomplicado 

Com certeza você também sabe o que é abordado nesse tema e, provavelmente,  lembra do que foi falado agorinha: relembrar nunca é demais. Então vamos fazer isso!

O economês descomplicado é um glossário que simplifica o vocabulário especializado do mercado financeiro. É um espaço que traduz os jargões técnicos para tornar a notícia mais compreensível para o público. Veja abaixo:

Um minutinho para a pesquisa 

É bom saber que você leu toda a news! Agora só resta uma pesquisa bem curtinha sobre o formato da Economia em Pauta para ser respondida. Não vai levar mais de dois minutinhos!

Por isso, mete mão e vamos construir essa newsletter juntos.

Responde aqui!

Uma boa semana e até breve!

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