Economia em Pauta no ar!

Inadimplência, a conquista de novos mercados e o abre e fecha das empresas na Bahia

Bem-vindos à Economia em Pauta, um espaço para você ler sobre o mundo das finanças, negócios, economia em geral e tirar ideias de pautas que vão fazer o seu leitor ficar concentrado nas matérias e sempre atento às suas novas publicações. E é disso que o jornalista gosta, né?

A gente ama uma boa pauta, escrever um bom texto e ter leitores fiéis para deixar o trabalho ainda mais significativo. Aqui, a nossa missão é te dar meio caminho andado: as excelentes pautas. O resto é uma consequência natural, acredite!

Provavelmente, você é um jornalista que cobre economia, um colega da faculdade, um amigo ou familiar que assinou a Economia em Pauta para apoiar o sonho do repórter que vos escreve e assina essa primeira edição aqui: otimizar o processo de produção de pautas jornalísticas. Eu desde já agradeço o apoio e, com antecedência, digo que o saldo da leitura do dia vai ser três temas de matérias fresquinhos, sendo alguns exclusivos. Não vai faltar também indicações de fontes diversas para você entrevistar e palavras-chave para deixar o seu conteúdo digital bem ranqueado nas buscas do Google. Além disso, aqui na Economia em Pauta há um glossário do setor econômico bem legal. Afinal, a gente tem que descomplicar para a nossa audiência e o texto técnico demais vai na contramão disso.

Ah, inclusive, o formato descrito acima vai ser habitual e sempre chegará, quinzenalmente, às segundas-feiras, na sua caixa de e-mail.  Em meio à leitura, você vai encontrar também uma pesquisa. Nela, eu peço que me conte se gostou do conteúdo, sugestões para melhorar e até indicações de assuntos que deseja ver aqui nos próximos envios.   

Dito isso, bora ficar por dentro de acontecimentos econômicos na Bahia e criar matérias incríveis com as informações mapeadas, de forma cuidadosa, com órgãos do setor?

💲Pautas

💡💹 A Bahia tem mais de 300 mil empresas inadimplentes  

Parece que muitas companhias baianas estão com dificuldades para cumprir com os seus compromissos financeiros. Em março, o número de empresas inadimplentes no estado chegou a 318.968 mil, de acordo com dados da Serasa Experian.

A dificuldade de acertar as contas por parte das marcas da Bahia não é atual. No entanto, o número de corporações sem conseguir quitar débitos empresariais neste ano gera um certo estranhamento em quem está atento ao mercado financeiro. Isso porque, recentemente, houve cortes na Selic, a taxa básica de juros, que aliviam o custo das dívidas das empresas.

Contudo, apesar do número de negócios inadimplentes no primeiro trimestre de 2024 chamar atenção, é bom lembrar que no ano passado as coisas também não estavam fáceis para as nossas corporações. O quantitativo de marcas com débitos atrasados no mesmo período de 2023 era de 337.722, o que equivale a 5,55 % a mais que neste ano. 

Inclusive, de 2021 para cá, o índice de inadimplência das companhias do estado se manteve próximo ou na casa dos 300 mil. Isso você pode conferir no nosso gráfico abaixo:

#ParaTodosVerem: infográfico feito com base em dados da Serasa Experian, que mostra o número de empresas inadimplentes na Bahia no primeiro trimestre de 2021, 2022, 2023 e 2024.
#ParaTodosVerem: infográfico feito com base em dados da Serasa Experian, que mostra o número de empresas inadimplentes na Bahia no primeiro trimestre de 2021, 2022, 2023 e 2024.

Fora o recorte da Bahia, quando observamos o cenário através de uma lente macro, percebemos que a inadimplência das empresas no Brasil segue em alta. Só em janeiro o país somou 6,7 milhões de corporações endividadas. Em 2023, de acordo com pesquisa do Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Cemec-Fipe), o endividamento das empresas fechou em 35,9% do PIB (Produto Interno Bruto). O nível é bem próximo ao registrado durante a crise econômica de 2015, quando a porcentagem era 36,1%.

Agora que temos uma visão mais geral do cenário, vamos voltar os holofotes para as terras baianas e fazer aquele breve ritual que todo jornalista faz quando decide produzir uma matéria: fazer perguntas para si mesmo! Veja algumas!

  • Quais são os entraves que estão impedindo as marcas de ficarem em dia com o pagamento das dívidas? 
  • E por que há tantas empresas inadimplentes mesmo após os cortes na taxa básica de juros, a Selic, que aliviam o custo das dívidas das entidades empresariais?
  • O que é capaz de ajudar a diminuir a taxa de inadimplência das corporações?

Essas são algumas perguntas, em meio a tantos outros questionamentos, que nós, jornalistas, podemos desvendar para o nosso leitor. Ou seja, tem pano pra manga e até para o uniforme todo. Isso é característica de pauta boa, aquela que nos enche de interrogações que devem ser respondidas através de uma boa apuração.  

💡💹  Bahia virou zona livre da febre aftosa; setor produtivo pode economizar R$ 100 milhões em custo de vacinação

Zona livre. Febre aftosa. Vacinação. O que essas três palavrinhas tem a ver com economia? A resposta é TUDO e o título já dá uma dica, mas tem bem mais caroço nesse angu do que podemos enxergar nesse primeiro momento. Entretanto, vamos por partes que a pauta é boa. 

A Bahia, que tem um dos dez maiores rebanhos de bovinos e bubalinos do Brasil, celebrou uma conquista histórica no mês de maio: a suspensão da vacina contra a febre aftosa. Com isso, a previsão é que a cadeia produtiva economize cerca de R$ 100 milhões em custos de vacinação e manejo, conforme aponta a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).  Ou seja, o dinheiro que o produtor gastaria para comprar o imunizante pode ser aplicado em outra coisa na vasta roda da economia.  

A notícia parece boa demais para ser verdade, né? Mas para que a suspensão da imunização fosse alcançada, não tenha dúvidas, muito chão foi percorrido. Os animais só deixaram de ser vacinados porque o estado conseguiu atender aos 38 critérios do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA). E isso só aconteceu após 56 anos de vacinação, já que o imunizante começou a ser aplicado no estado em 1968.

Agora, os aninhos de espera até a suspensão da vacina vão ser compensados.  Com o status de zona livre da doença viral, os agropecuaristas baianos vão poder conquistar novos mercados, sobretudo, os internacionais que remuneram muito bem produtos e subprodutos de origem animal. Entre os países que podem abrir as portas do agronegócio para a Bahia estão: Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e os Estados da União Europeia, que só fazem negócios com zonas, estados e/ou países que são livres da febre aftosa. 

 Isso vai dar um up na economia da Bahia, né? 

Depois dessa breve pincelada, chegou o nosso momento especial: aquele que nós nos fazemos perguntas e, depois, vamos apurar para respondê-las. 

  • Como a suspensão da vacina afeta as exportações da Bahia a curto prazo?
  • Se a Bahia começar a exportar mais carne, o consumidor baiano pagará mais caro?
  • Como está a economia agropecuária dos estados brasileiros que se tornaram zona livre da febre aftosa antes que a Bahia?

Questionamentos feitos, partimos então para a nossa terceira pauta.

💡💹 A Bahia abriu mais de 60 mil empresas no primeiro quadrimestre do ano 

Nos primeiros quatros meses de 2024, a Bahia abriu 61.627mil empresas, segundo o boletim do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP). O estado ocupa o terceiro lugar no ranking de tempo médio de abertura de empreendimentos, levando 9h para abrir um negócio, uma variação de 4h a menos em relação ao primeiro quadrimestre de 2023.

Na liderança e vice-liderança do tempo médio de abertura de uma marca ficam os estados de Sergipe e Paraná, que levam, respectivamente, 6h e 8h para tirar uma empresa do papel. Veja a tabela abaixo:

#ParaTodosVerem: tabela feita com base em dados do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), que mostra o tempo médio que os estados de Sergipe, Paraná, Bahia, Amazonas e Alagoas levam para abrir uma empresa.
#ParaTodosVerem: tabela feita com base em dados do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), que mostra o tempo médio que os estados de Sergipe, Paraná, Bahia, Amazonas e Alagoas levam para abrir uma empresa.

Quando se trata de empreender, a Bahia se destaca muito na região Nordeste, tanto que no primeiro trimestre deste ano foram abertas 45.089 mil entidades comerciais no estado. O número deixou o território baiano em primeiro lugar em comparação com os demais estados nordestinos na relação de abertura de novos empreendimentos. Pernambuco, que na época ocupava a segunda posição, abriu apenas  29.098 empresas.

Mas, como nem tudo são flores, a gente tem que falar das marcas que fecharam as portas também. Ao passo que muitas corporações surgem, outras deixam de existir. É por isso que, entre janeiro e março, 36.171 mil empreendedores encerraram as operações dos seus negócios. O cenário, então, dá margem para o nosso bom e velho ritual: as perguntas.

  • O que tem motivado a abertura de empresas na Bahia?
  • Quais são os principais entraves que fazem com que as marcas parem de atuar no estado?
  • Qual fator separa uma organização que prospera de uma que não consegue se manter na ativa?

Fontes

Alguns contatos que não podem faltar na agenda de um jornalista que cobre economia, sobretudo, daqueles que vão fazer  as pautas sugeridas! Anote tudo e deixe seu mailing cada vez mais atualizado:

Palavras-chave

Não é novidade para ninguém que a principal função do jornalista é informar. Para isso, o caminho é aquele que já conhecemos: apuração, produção e divulgação das reportagens. A grosso modo, essas atividades até parecem simples, mas estão longe disso. Uma boa matéria jornalística exige apuração, tem filtro, explicação e efeito na sociedade. 

Porém, imagina produzir uma excelente reportagem para o ambiente digital e ela não alcançar o público, mas sim ser engolida diante da enxurrada de produções que a web abriga?

É nesse cenário que nós, jornalistas, nos encontramos hoje. Por isso, temos que ficar atentos a estratégias para deixar o conteúdo bem ranqueado nas buscas do Google, como escolher as palavras-chave certas para as nossas matérias. É isso que a Economia em Pauta traz neste tópico: alguns termos que podem ajudar o conteúdo jornalístico a ser encontrado com um pouco mais de facilidade pelos usuários da internet.  

A seleção das palavras foi feita através do Google Trends, ferramenta gratuita que permite ao usuário conhecer os assuntos mais pesquisados pelas pessoas no Google. Na plataforma, comparamos alguns vocábulos para saber qual é mais buscado pelo público on-line, além de analisar o peso que alguns termos têm, de forma individual, quando a questão é ser tema de busca da galera no ambiente digital. 

Sem mais delongas, confira quais palavras-chave usar na sua matéria em prol de torná-la mais fácil de ser  encontrada pela audiência. Entre as palavras abaixo, use aquelas que estão em caixa alta.

  • Marca vs empresa: EMPRESA
  • Vacina vs imunizante: VACINA
  • Dívidas vs inadimplência vs pagamento em atraso:  DÍVIDAS
  • BAHIA
  • JUROS

As expressões individuais acima (Bahia e Juros) também são bem pesquisadas na web e podem ajudar no ranqueamento das matérias. Agora que as sugestões estão na mesa, ou melhor, no e-mail, vamos ao próximo tema!

Economês descomplicado 

Uma das tarefas básicas do bom jornalismo é deixar o conteúdo acessível para os mais diversos públicos e seus diferentes níveis de letramento. Por isso, na hora de escrever sobre o técnico mundo da economia, é bom não pesar a mão no vocabulário especializado, mas sim traduzir os jargões sempre que possível.  

Desse modo, segue um glossário para descomplicar a linguagem técnica na hora de produzir a notícia e deixar a degustação da matéria leve e compreensível para quem gosta de estar bem informado! 

Ação: títulos negociados na Bolsa de Valores que representam uma fração do valor das companhias ou sociedades anônimas.

Bolsa de Valores:  lugar onde se negociam valores mobiliários, a exemplo de ações de empresas (como Petrobras, Vale e Ambev).

Dividendos: correspondem à distribuição de parte dos lucros de uma empresa para os acionistas. 

Inadimplência: falta de pagamento de uma dívida ou um compromisso financeiro assumido. 

Selic: Taxa referencial de juros da economia brasileira.

Um minutinho para a pesquisa 

Depois dessa imersão em pautas de economia, vamos tirar um minutinho para responder uma pesquisa sobre o formato da Economia em Pauta? É coisa rápida. Respondendo ela você vai ajudar a nossa próxima edição ser ainda melhor.

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